IBM InterConnect 2017 – IBM fala sobre cloud, Watson e parcerias

IBM InterConnect 2017 – IBM fala sobre cloud, Watson e parcerias

Com o IBM InterConnect 2017 sendo realizado entre os dias 19 e 23 de março, em Las Vegas, era de se esperar que a big boss da IBM, Virginia Marie Rometty, marcasse presença no painel oficial de abertura do evento, certo? Quem esperava ver Ginni no palco montado no meio do ginásio do Centro de Convenções de Mandalay Bay, no entanto, acabou se deparando com Arvind Krishna e David Kenny no comando da apresentação realizada na manhã da segunda-feira (20).Resultado de imagem para ibm

Será que a CEO teve algum problema e precisou ser substituída por outros executivos do alto escalão da IBM às pressas? Ou, quem sabe, preferiu deixar a feira focada em cloud nas mãos dos principais nomes do setor dentro da empresa? Nada disso! Uma combinação de agenda cheia e timing perfeito fez com que a chairwoman dominasse o tablado não no primeiro, mas sim no segundo dia oficial de atividades do encontro.

A informação oficial, confirmada pela própria executiva em seus primeiros minutos no palco, foi de que Ginni se atrasou para o InterConnect por conta de uma viagem de negócios à China. Ao que tudo indica, Rometty se encontrou com figuras influentes do mercado chinês para dar início aos investimentos da IBM no país – especialmente no segmento cloud. Alguns rumores, no entanto, dizem que a mudança do keynote da líder IBMista para a terça-feira (21) teve como objetivo unir tanto o público do InterConnect quanto do Amplify – que teve início nesse dia.

Seja como for, a CEO subiu ao palco na data que lhe foi mais conveniente e mostrou por que está no comando de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Esbanjando muito conhecimento e carisma, a executiva falou da nuvem como chave para os negócios da IBM e trouxe diversos aliados para validar os caminhos escolhidos pela companhia tanto nos últimos anos quanto para o futuro próximo.

Pilares do negócio

Para começar a conversa, Ginni falou sobre os elementos que ela considera essenciais para a expansão da empresa na nuvem e que são os verdadeiros diferenciais da IBM na hora de disputar espaço no competitivo setor corporativo. Para ela, é importante que as soluções cloud tenham escala, mas que não fiquem limitadas apenas a isso. Um exemplo disso é a capacidade da plataforma de se moldar a diferentes indústrias, atendendo necessidades de setores que vão de finanças e saúde a produtos feitos diretamente para o consumidor final.

A segurança proporcionada pelas ferramentas e pelo próprio ecossistema da companhia também foi destaca pela CEO. “Temos medidas de segurança que vão dos chips que usamos nos servidores até o software e a infraestrutura implementados neles. O Watson também pode ser usado para cibersecurança e para avaliar ameaças. Simultaneamente, as ofertas de recursos voltados para o blockchain vão permitir que transações sejam feitas de forma muito mais segura e confiável”, analisou.

“Os dados são recursos importantes, mas são de uso exclusivo dos clientes, afirma a CEO”

A executiva também voltou a falar no seu preceito de “dados em primeiro lugar e alma cognitiva”. “Já falo há algum tempo que os dados são o novo recurso mais importante do mundo, assim como a habilidade de coletá-lo e saber analisar tudo contido nele. Estamos aqui para ajudar vocês a tirarem os melhores insights dessa pilha de informações”, explicou Ginni, reafirmando o compromisso da empresa em garantir que os dados levantados e monitorados por suas plataformas são de posse única e exclusiva de seus clientes.

Sobre o investimento da marca na computação inteligente, ela comentou que o “segredo” do sucesso – e a razão desse tipo de tecnologia ser um dos fundamentos da IBM Cloud – é a capacidade de unir machine learning, inteligência artificial e cognitividade digital para criar um sistema que oferece as melhores sugestões e recomendações para as pessoas.

Segundo Ginni, o Watson consegue ver melhor que qualquer outra IA do mundo, escuta de um modo quase humano e tem a habilidade de ler informações e textos em dezenas de línguas. Seu diferencial, para a CEO, no entanto, é outro: seu conhecimento do mercado e a capacidade de entendê-lo. “O Watson foi treinado para ter esse tipo de compreensão da indústria”, disparou Rometty.

Dois gigantes

Depois de colocar “os pingos nos is” em relação aos pontos fortes da IBM no setor de cloud corporativo, a chairwoman chamou ao palco uma série de parceiros antigos e recentes da empresa para discutir as vantagens desse tipo de amizade no segmento de tecnologia. O primeiro deles foi ninguém menos que Randall Stephenson, CEO da AT&T, uma das gigantes das telecomunicações nos Estados Unidos.

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O tema do discurso do executivo foi bem simples, mas indicou de forma muito clara o motivo da aproximação entre as duas companhias: as mudanças nas estruturas das redes móveis e a forma como as pessoas consomem conteúdo hoje em dia. Para Stephenson, sua empresa está em uma posição em que há uma demanda gigantesca pela ampla disponibilidade das redes mobile. Como se isso não fosse o bastante para que esse produto ganhasse atenção total da marca, o surgimento e popularização da cloud fortaleceu ainda mais esse acesso móvel.

Esses elementos levaram a uma mudança drástica na forma como a AT&T abordava o setor, a nuvem e a interação entre ambos. “A cloud se tornou uma parte essencial do negócio. Por isso, estamos promovendo uma virtualização e integração total dos nossos serviços, conectando tudo seguramente à plataforma da IBM”, explicou. A necessidade de mudança é tão grande que acabou afetando até mesmo a balança do uso de rede entre os segmentos corporativo e o do usuário final.

“Estamos promovendo uma virtualização e integração total dos nossos serviços, conectando tudo à plataforma da IBM”

“Antigamente criávamos uma estrutura gigantesca para o mercado corporativo e escalávamos tudo para baixo para adaptá-la ao consumidor comum”, relembrou o executivo. Como funciona isso agora? “Com a produção e consumo de conteúdo – principalmente vídeos – se tornando tão grande, nos vimos criamos uma estrutura colossal para o end user e então reduzindo isso para os clientes corporativos”, confessou.

Por mais incrível que pareça, foi essa leitura do cenário e do mercado como um todo que acabou levando à compra da Time Warner – iniciada no final do ano passado. A negociação, que exigiu mais de US$ 85 bilhões (R$ 265,7 bilhões) dos cofres da AT&T, teve como principal objetivo fazer com que a marca se tornasse também produtora de conteúdo – com acesso ao material da HBO, Turner e Warner Bros. – e acelerasse ainda mais o avanço e a adoção dessa nova estrutura.

Ousadia e encontro de gênios

Na sequência, foram Marc Benioff e Bill Cobb, CEOs respectivamente da Salesforce e da H&R Block, que subiram ao tablado do Centro de Convenções de Mandalay Bay. Apesar de fazerem apresentações separadas, cada um deles tomou um bom tempo de seus discursos para agradecer pelo apoio e pela oportunidade de fazer uma parceria tão próxima com a IBM, expondo como isso ajudou nos seus negócios e abriu novos caminhos para o futuro.

Mais desconhecido do público brasileiro, o chefão da H&R Block explicou como a adoção do Watson mudou para melhor o atendimento da empresa de contabilidade. Sentindo como o atendimento dos clientes na hora do cadastro no sistema de reembolso de valores no imposto de renda era falho, o executivo pensou em como as habilidades da plataforma cognitiva da IBM poderiam ajudar a suavizar esse processo tão chato para o consumidor.Resultado de imagem para H&R Block

O mais incrível é que toda essa mudança no sistema da casa, que passou a ser mediado por um autoatendimento inteligente bem imersivo, foi tocado de forma extremamente rápida por Cobb. Ele comentou, em tom de brincadeira, por exemplo, que decidiu pelo contrato com a gigante de tecnologia antes mesmo de informar tudo ao restante da diretoria da companhia. Seis meses depois, a empresa estava fazendo o anúncio da parceria e do uso do Watson em um comercial multimilionário exibido no Super Bowl deste ano.Resultado de imagem para watson ibm

Com a companhia de Benioff, o casamento foi mais tradicional, mas nem por isso deixou de atrair os holofotes para o negócio. Isso porque a aliança da marca com a IBM foi representada pela união entre dois nomes populares da tecnologia corporativa: Watson e Einstein. A notícia logo rodou o mundo e deixou claro que o sistema inteligente de CRM da Salesforce ganharia muito com os recursos do sistema cognitivo, principalmente na precisão e na assertividade dos resultados apresentados aos seus clientes.

Mulheres mais do que capazes

Para finalizar muito bem o painel que tomou toda a manhã da terça-feira, Ginni chamou ao palco Reshma Saujani, a CEO da iniciativa Girls Who Code, uma ONG que tem como foco popularizar a programação entre as mulheres. A executiva, que é descendente de indianos, contou que em um determinado momento da sua carreira como advogada, ativista e política percebeu que havia um número muito pequeno de garotas nas salas de aula e empresas voltadas para o setor de tecnologia.

O que mais a incomodava em toda essa situação fora a evidente disparidade nos gêneros dentro desse segmento? Que há apenas algumas décadas a presença feminina na indústria tecnológica chegava a cerca de 50% da força de trabalho, uma taxa absurdamente maior do que os atuais 8%. “Achávamos que as mulheres não estavam interessadas no tema, mas, na verdade, faltava a oportunidade e também deixar claro que isso é algo que está ao alcance delas. Computadores não são coisas apenas para garotos”, disparou Saujani.

A executiva explicou que, desde que decidiu tomar em suas mãos a tarefa de trazer mais uma vez as mulheres para o mundo da tecnologia e deu início ao projeto Girls With Code, o melhor que poderia ter acontecido é essa aliança com a IBM. Pelo discurso da CEO, não se tratou apenas de inflar o ego da Ginni ou dos outros IBMistas presentes no InterConnect, mas sim de uma constatação de como alguns dos recursos e serviços da companhia parecem cair como uma luva na proposta de facilitar o acesso ao setor.

“Quando elas se deparam com as ferramentas da IBM, não é raro que digam coisas como ‘nós podemos fazer isso’ ou ‘eu também consigo programar’”, afirmou. Para provar seu ponto, Saujani chamou ao seu lado três jovens alunas do projeto, que contaram como a experiência com o Bluemix e com as APIs do Watson, assim como o contato direto com as tutoras da IBM, fizeram com que eles se interessassem realmente por programação e tivessem um aprendizado extremamente suave e natural.

Antes que todos deixassem o tablado e a apresentação fosse encerrada em definitivo, Ginni fez questão de agradecer à dedicação de Saujani oferecendo um estágio dentro da IBM para o trio de garotas que fazia parte do Girls Who Code. Essa ação, inclusive, casou muito bem com a frase derradeira da chairwoman antes de se despedir do evento. “De todas as plataformas que a IBM já teve o prazer de construir junto de seus clientes, a cloud é a que acreditamos ser a mais impactante e que fará uma diferença real no mundo”, finalizou.

A nuvem é o centro de tudo

Nuvem híbrida, sistemas cognitivos, Watson e blockchain foram os termos mais repetidos no evento

Além dos discursos e anúncios de parcerias feitos por uma série de convidados, o palco montado no centro do ginásio do resort recebeu diversos executivos que se alternaram para mostrar os focos da IBM tanto para o seu momento quanto para o futuro próximo. Entre os termos mais repetidos ao longo das apresentações, nuvem híbrida, sistemas cognitivos, Watson e blockchain foram com toda certeza os que mais reforçaram o posicionamento da companhia e abriram caminho para horas de conteúdo e debates bem profundos.

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Arvind Krishna, por exemplo, utilizou parte do seu tempo no tablado para dar um gostinho do que algumas dessas tecnologias podem fazer – sozinhas ou combinadas entre si. O vice-presidente sênior de Hybrid Cloud e diretor da divisão de pesquisas da IBM explicou que os esforços da companhia permitiram a criação do melhor e mais seguro sistema de blockchain comercial do mundo. A plataforma, que foi debatida em outros pontos do evento, é totalmente escalável e capaz de suportar dezenas de milhares de operações por segundo.

O executivo, no entanto, lembrou que só um serviço cloud robusto consegue viabilizar esse tipo de estrutura, que pode ser expandida ou adequada às necessidades de cada cliente. Ele também explicou que, mais do que armazenamento rápido e simples, essas novas soluções na nuvem têm como meta agilizar o gerenciamento dos dados e gerar insights para seus clientes. Afinal, 80% do tempo dos cientistas de dados atualmente são gastos minerando essas informações, e não as analisando.

“Como você espera mudar as coisas sem definitivamente analisar os dados”, questionou Krishna. Nesse ponto, o fato de a empresa oferecer produtos multicloud que podem ser facilmente conectados a ferramentas de machine learning, análise cognitiva e inteligência artificial acaba sendo uma vantagem e tanto para muitos negócios – principalmente para quem optar por um ecossistema mais completo e integrado. Some a isso uma abordagem centrada em microserviços e APIs para que fique ainda mais fácil obter recomendações de qualidade.

Dupla dinâmica

Para falar desse casamento entre a nuvem e as soluções cognitivas, foi David Kenny, vice-presidente sênior do IBM Watson e plataforma cloud, quem subiu ao palco. Depois de uma introdução digna dos filmes de Hollywood – ou pelo menos no mesmo nível da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, inspirada na franquia James Bond –, o executivo anunciou a chegada do IBM Cloud Object Storage Flex. “Sim, temos um departamento de marketing e é isso que eles conseguem bolar”, brincou ao falar sobre o nome da empreitada.Resultado de imagem para IBM Cloud Object Storage Flex

O jeitão corporativo do produto tem a sua razão, já que se trata um novo sistema que oferece toda uma gama de serviços na nuvem capazes de se adaptar facilmente ao tamanho ou às necessidades das empresas. Além disso, uma das grandes vantagens desse pacote é o preço em relação à concorrência. De acordo com o executivo, IBM Cloud Object Storage Flex pode chegar a custar 75% menos que as soluções de terceiros em algumas de suas configurações.

“Estamos bastante focados em permitir que as empresas tenham acesso a todas essas ferramentas a um custo justo. Queremos que você consiga começar os seus negócios e cresça conosco, subindo de nível de infraestrutura de uma forma bem cadenciada e econômica”, explicou. Kenny também fez questão de lembrar que o produto traz mais que armazenamento e gerenciamento de dados de uma forma elástica e escalável.

“Queremos que você consiga começar os seus negócios e cresça conosco”

“Você vai encontrar valor nos seus dados, já que é possível usar o Watson facilmente para iluminar as informações e administrar melhor as suas aplicações”, afirmou, dizendo ainda que só a IBM é capaz de oferecer ferramentas cognitivas e de machine learning para analisar e tirar mais valor dos dados de uma forma inteligente e realmente veloz. A companhia inclusive disponibiliza mais de 40 mil artigos e tutoriais feitos sob medida para ajudar os desenvolvedores a terem acesso imediato a todo o poderio do Watson.

Segurança e confiabilidade

Claro que cibersegurança e blockchain também tiveram seu lugar ao sol no palco principal do IBM InterConnect 2017 e, posteriormente, em painéis completamente dedicados a esses temas. O primeiro desses assuntos, por exemplo, trouxe ao ginásio de Mandalay Bay o chefão da divisão de segurança da IBM, Marc van Zadelhoff.

O executivo falou como a combinação de plataformas legadas, sistemas na nuvem e ambientes cada vez mais complexos tem trazido desafios extremamente altos para os profissionais da área. Para tentar dar uma mãozinha nesse sentido, a companhia debateu um pouco sobre o IBM Security Immune System, um produto desenvolvido há cerca de cinco anos e que continua sendo aprimorado desde então.

O sistema cognitivo continua aprendendo mais e mais a cada dia, sem nunca esquecer

A ideia principal desse tipo de solução é utilizar as ferramentas de análise do Watson para descobrir brechas nos servidores dos clientes, verificar por onde uma invasão já realizada pode ter começado e oferecer dicas de melhorias que podem ser implementadas na rede para deixá-la ainda mais segura. Para Zadelhoff, o diferencial desse tipo de abordagem para o problema é o fato de o sistema cognitivo continuar aprendendo mais e mais a cada dia, sem nunca esquecer.

Seguindo tudo, do começo ao fim

No caso do badalado blockchain – o mesmo sistema responsável por viabilizar projetos como o das moedas digitais, incluindo o bitcoin –, a IBM misturou algumas Resultado de imagem para bitcoinfuncionalidades já conhecidas da tecnologia e outras que podem agilizar consideravelmente a verificação e a validação de negócios ao redor do mundo. Leanne Kemp, por exemplo, a CEO e fundadora da Everledger, trouxe à mesa o clássico exemplo do monitoramento de toda a cadeia de comércio dos diamantes para mostrar do que o blockchain é capaz.

 

Contando com a participação e dados importante vindos de todos os intermediários envolvidos nesse tipo de negócios, a empresa – que é parceira da IBM no desenvolvimento da versão corporativa da tecnologia – conseguiu criar um sistema impecável e que garante a idoneidade de cada peça, eliminando problemas como exploração humana, financiamento de grupos terroristas e falsificações. Digitalização de documentos, fotos em alta resolução e troca de informações entre toda a rede são apenas alguns dos recursos usados na operação.Resultado de imagem para blockchain

Segundo Kemp, essa nova plataforma de segurança foi concebida e colocada em prática em um período bem curto, de apenas dois anos, mas já mostrou resultados bem convincentes. Além de evitar que os chamados “diamantes de sangue” sejam comercializados livremente por aí, esse novo uso do blockchain pode ser facilmente expandido para outros setores e produtos – sejam eles físicos ou digitais. Quadros, esculturas e outras peças de arte, por exemplo, poderiam ser salvos de vias ilegais ou versões falsas com isso.

400 clientes já estão trabalhando com a IBM para adaptar a ferramenta aos seus negócios

Para os adeptos da tecnologia, a grande vantagem é o nível elevado de segurança na troca de dados, já que cada um dos integrantes da rede precisa oferecer apenas as informações que se juntem ao restante do material para validar cada etapa da transação. Na prática, isso significa que ninguém centraliza ou é dono da plataforma. A ideia parece estar fazendo sucesso, já que, de acordo com Arvind Krishna, cerca de 400 clientes já estão trabalhando com a IBM para adaptar a ferramenta aos seus negócios ou consórcios.

Automatizando as regras

Para fechar a introdução ao InterConnect deste ano, subiu ao tablado uma presença já tarimbada no evento, Donna Dillenberger, pesquisadora da IBM. Se no ano passado a profissional deu as primeiras pinceladas a respeito do que o blockchain poderia significar para o setor corporativo, em 2017 foi a vez de ela mostrar como as APIs do Watson podem ser utilizadas para dar mais agilidade a uma das tarefas mais punitivas de quase qualquer setor: a análise e o processamento de documentos legais.

Atualmente, esse tipo de atividade toma um tempo massivo das pessoas, que precisam ativamente ler uma infinidade de arquivos para garantir que sua empresa e seus negócios estejam de acordo com as leis ou com as exigências da categoria. Com a novidade, a leitura pesada pode ser deixada de lado para dar lugar a um sistema que consegue avaliar mais de 800 mil registros em questão de segundos.

O resultado dessa operação é um relatório detalhado que indica, com a ajuda de atalhos e até infográficos, quais problemas a companhia pode enfrentar por não estar adequada a esta ou àquela regra da indústria. Esse tipo de contrato inteligente pode ser rodado semanalmente ou no período que você quiser, garantindo a regularidade das suas transações. O bacana é que, quanto mais acesso você der aos dados, mais o bot consegue detectar padrões e sugerir em que ponto os erros estão ocorrendo ou sendo permitidos dentro da sua cadeia de negócios.

Tudo isso e muito mais

Como dá para perceber, só o painel de abertura do IBM InterConnect 2017 já trouxe uma infinidade de conteúdo e um material denso para qualquer um apaixonado por tecnologia e pelos seus efeitos no mundo. Isso tudo, no entanto, foi apenas uma fração do que a dona do evento trouxe a Las Vegas desta vez. Assim, ao longo dos próximos dias, você vai poder conferir o que encontramos de mais bacana e interessante por lá.

Além de se aprofundar em alguns temas abordados nesta matéria, vai ser possível conferir uma entrevista exclusiva a respeito de um dos produtos mais novos e avançados da empresa: o IBM Q. Ainda que o serviço de computação quântica da IBM não tenha ganhado destaque na programação normal da feira, conseguimos bater um papo bem bacana com um dos responsáveis pelo projeto para ver qual é o limite dessa tecnologia. Dito isso, fique de olho no TecMundo para saber todas as novidades do evento cloud da marca.

Pesos-pesados em seus setores

No entanto, foi no palco principal do evento – que recebeu diversos executivos e até a chefona máxima da IBM – que os cases de “gente grande” foram apresentados e deram uma ideia da flexibilidade e alcance dos recursos cloud da dona do pedaço. No primeiro dia de InterConnect, para que se tenha uma ideia do nível dos participantes, foi Chris Moody, vice-presidente de estratégia de dados do Twitter quem falou sobre como as soluções da IBM potencializaram a evolução da rede social nos últimos tempos.Resultado de imagem para twitter

Segundo ele, essa parceria de longa data acabou resultando, mais recentemente na implementação de uma série de ferramentas poderosas para a plataforma. Desde o último ano, por exemplo, a empresa tem voltado seus esforços para que os usuários da rede social tenham uma ótima experiência no site. Assim, a ideia é utilizar o Watson para avaliar e coibir os abusos na plataforma. Na teoria, o sistema cognitivo consegue avaliar padrões de bullying e emitir alertas ou tomar providências antes que eles saiam do controle.

Representando outra gigante, Daniel Henry, vice-presidente de tecnologia para o consumidor da American Airlines, afirmou que a escolha da IBM para as necessidades da empresa na nuvem foi essencial para alavancar seu novo direcionamento de negócios. Segundo ele, a segurança e confiabilidade associadas à marca de tecnologia deram espaço suficiente para que a companhia pudesse se dedicar a sua transformação digital e levasse até mesmo suas aplicações mais críticas para a cloud, trazendo inovação e melhorias em seus serviços.

Do financiamento para o suporte tecnológico

Outro figurão que resolveu mostrar seu apreço pelas ferramentas da gigante da tecnologia foi Slava Rubin, um dos fundadores do Indiegogo. O executivo relembrou que a criação do portal de financiamento coletivo tinha a ideia principal de usar a internet para democratizar ao acesso ao capital, permitindo que qualquer um pudesse apresentar seus projetos e deixasse que os internautas decidissem se eles mereciam ser levados adiante.

O portal decidiu engatar uma parceria com a IBM para oferecer as soluções aos empreendedores

Com o passar do tempo, o executivo e seus sócios perceberam que um número crescente de produtos baseados nos conceitos de Internet das Coisas foi se popularizando na plataforma, mostrando que esses dispositivos vieram para ficar. Assim, para se tornar mais que um viabilizador e intermediário de campanhas de crowdfunding, o portal decidiu engatar uma parceria com a IBM para oferecer as soluções IoT da marca aos empreendedores mais ousados, criativos e populares da página.Resultado de imagem para SmartPlate

Na prática, isso significa que, além de receber validação através de críticas, comentários e financiamento puro e simples, os donos de projetos desse estilo vão pode contar com recursos que antes eram restritos apenas a grandes companhias. Para mostrar que estão levando a brincadeira a sério, o Indiegogo fez com que três aparelhos de sucesso na plataforma servissem como embaixadores para a iniciativa, recebendo um dólar extra para seu desenvolvimento para cada voto feito pelos visitantes do InterConnect durante o evento.Resultado de imagem para waterbot

O SmartPlate, já mostrado aqui no TecMundo, é um deles, ganhando seu lugar ao sol graças a um sistema avançado de identificação dos itens e alimentos posicionados sobre ele. Outro a figurar nessa lista restrita foi o WaterBot, um equipamento compacto que se conecta à internet para avaliar e definir o quão saudável a água de uma determinada região é. Por fim, o Q.Bo é um robozinho que mistura as tarefas de assistente pessoal, dispositivo de entretenimento e produto de educação para o público infantil graças ao seu avançado sistema cognitivo.

O seu bem-estar em números

Apesar de o nome poder despertar um sinal vermelho para quem acompanha a série “Westworld”, da HBO, a Delos mostrou que quer usar a tecnologia para melhorar a sua qualidade de vida de um jeito bem mais pacífico que o utilizado por sua contraparte televisiva. Peter Scialla, diretor de operações da empresa, explicou que a marca tem como objetivo reestruturar os ambientes para que eles se tornem mais saudáveis. Afinal, segundo pesquisas recentes, passamos cerca de 90% do tempo em salas, escritórios ou outros cenários internos.

A ideia da companhia é se basear em uma infinidade de dados para avaliar como a produção, a saúde e até a habilidade cognitiva das pessoas pode ser afetada por melhorias pontuais em seu ambiente de trabalho, na ida à escola ou mesmo no conforto do lar. Alterações na qualidade de ar, adição de janelas extras ao local e contato direto com a luz natural são apenas alguns dos itens levados em conta pela companhia para tentar gerar soluções espaciais com foco na saúde e no bem-estar.

Os dados e a nuvem podem ajudar a entender o que faz você funcionar melhor

Scialla explicou que, até pouco tempo atrás, era bem complicado levar adiante estudos como esses, já que é necessário analisar um número extenso de variáveis para se chegar em um resultado satisfatório. Felizmente, tendo como parceira a IBM, a empresa conseguiu estrear seu Well Living Lab, o primeiro laboratório do mundo centrado na qualidade de vida dos humanos. Nele, a alta capacidade analítica dos produtos da IBM – em especial o Watson – são usados para tornar o processamento de todos esses dados consideravelmente mais veloz.

Dados para a diversão

Até a boa e velha indústria dos games pode ser influenciada por soluções cloud

Para fechar o painel com chave de ouro, Sylvain Constantin, produtor executivo da Nvizzio, subiu ao palco e revelou que até a boa e velha indústria dos games pode ser influenciada – e aperfeiçoada – por soluções cloud. Falando com o público, o profissional lembrou que a empresa se deparou com alguns problemas bem graves ao lançar RollerCoaster Tycoon Touch, publicado pela Atari, nas principais plataformas mobile no início deste ano. O que aconteceu? Bem, eles notaram que estavam perdendo jogadores em um ritmo acelerado.

Antigamente, avaliar que tipo de situação estava fazendo com que os usuários desistissem da brincadeira era uma tarefa árdua e demorada. Com ferramentas como Data Scientist e IBM Bluemix, no entanto, os desenvolvedores perceberam rapidamente que não se tratava de nenhum problema de interface ou dificuldade inadequada para a jogatina: aparentemente, a introdução das montanhas-russas era feita em um período muito inicial do game, o que deixava o público mais iniciante confuso com esse tipo de mecânica.

Analisar os dados foi essencial para acertar os problemas do app

De posse dessas informações, foi fácil para a Nvizzio decidir o que fazer. “Ajustamos rapidamente nossa introdução, ampliamos nosso tutorial e cadenciamos melhor a forma como as montanhas-russas era construídas e gerenciadas”, explicou Constantin. O resultado dessa mudança também veio rápido, já que, apenas alguns meses após a mudança, RollerCoaster Tycoon Touch atraiu dez vezes mais jogadores que anteriormente e abocanhou a primeira posição entre todos os aplicativos gratuitos da App Store – não só entre os jogos.

 

Fonte:https://www.tecmundo.com.br/ibm/115488-ibm-interconnect-2017-ceo-ibm-fala-cloud-watson-parcerias.htm

https://www.tecmundo.com.br/ibm/115359-ibm-interconnect-2017-saiba-tudo-rolou-megaevento-cloud-marca.htm

https://www.tecmundo.com.br/ibm/115435-ibm-interconnect-2017-nuvem-afeta-crowdfunding-games.htm

 

 

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